
Um Artista Brasileiro
Biografia de
Antonio Roberto de Oliveira Bach





Já adulto, estudou violão e flauta no conservatório Dr. Carlos de Campos por algum tempo,mas seu talento para a música medieval é nato.
Alguns médiuns dizem que foi trovador morto pela inquisição espanhola no século XV,e continua pagando o carma de poeta incompreendido.
Começou a tocar profissionalmente aos 16 anos flauta doce ,vilão e canto.
Morou na Paraíba,Bahia e finalmente caiu na estrada onde está por 25 anos de errando pelos feudos,principados e reinados
Gravou 4 CDs elogiados por escritores de renome como Jose Ramos Tinhorão,Assis Ângelo, e músicos de renome como Geraldo Vandré entre outros.
Além de músico Roberto Bach é pintor NAIF, (ingênuo) mas prefere ser chamado de Colorista e tem telas espalhadas de norte a sul e por todo canto onde passou e pintou.
Roberto Bach, o trovador moderno
Músico baiano lança terceiro CD de trilogia que resgata estilo trovadoresco do século 13
No primeiro ano deste século o cantor, violonista e compositor Roberto Bach lançou o CD "Oliveira", a primeira parte de uma trilogia que agora ele define com o lançamento de "A Colina dos Cavalos Fortes", que está divulgando pela região.
O álbum, sucessor do disco "Pequeno Concerto Campestre" (2006), resgata a música trovadoresca do século 13, um gênero que, se não fosse pelo próprio Bach, estaria extinto nos dias atuais, pelo menos no Brasil.
"Sou o único a ainda praticar esse tipo de som em sua essência mais pura. E mesmo entre os acadêmicos, fala-se muito da literatura trovadoresca, mas pouco da música dos trovadores", lamenta o artista, que passou parte desta semana em Americana.
"Sou o único a ainda praticar esse tipo de som. E mesmo entre os acadêmicos, fala-se muito da literatura trovadoresca, mas pouco da música", diz Bach
Marcelo Rocha/O Liberal
O baiano explica que desde a infância é encantado pelo período medieval, e já adulto e trabalhando como músico passou a concentrar horas de seus dias ao estudo da obra desse período.
Os historiadores costumam limitar o Trovadorismo entre os séculos 9 e 13. É o período literário que reúne basicamente os poemas feitos pelos trovadores para serem cantados em feiras, festas e nos castelos durante os últimos séculos da Idade Média.
"O trovadorismo é contemporâneo às lutas pela independência e ao surgimento do Estado português e à dinastia de Borgonha, e subdivide-se em três categorias: cantigas de amigo, cantigas de amor e cantigas de escárnio e maldizer", relata o historiador português Antonio Jackson de Souza Brandão.
Recentemente, o cantor inglês Sting também se aventurou na música trovadoresca no álbum "Songs From The Labyrinth", inspirado em composições clássicas do músico John Dowland, do século 16. O disco agradou até a rainha Elisabeth 2ª, que pediu uma apresentação do cantor no Palácio de Buckingham.
Outros músicos respeitáveis também se inspiraram na influência da música do período. "O trovadorismo inserido no meu trabalho é de inspiração medieval e de cantores renascentistas. Nesta mesma fonte beberam Ian Anderson, Focus e outros compositores do rock progressivo", aponta.
Realidade
Mas aqui a realidade é outra. E ao invés de pedidos de rainhas ou sucessos de crítica, Bach enfrenta dificuldade em lançar seu trabalho. "O espaço é cada vez menor e acabo dependendo de amigos que ajudam na divulgação. As rádios também só tocam música industrializada", reclama o cantor.
O estilo musical acompanhado de alaúdes possui letras inéditas que emulam a poesia de séculos atrás. "Quando eu crescer/ Quero ser lenhador/ Quando eu crescer/ Quero Ser Canoeiro/ Navegar pelo poço dos pesqueiros/ Das Nascentes viajar/ Vendo os botos bailando ao luar/ E as sereias em coro a cantar", diz ele em "Das Nascentes", uma das faixas do novo álbum.
"As letras são a base dos trovadores e foi a parte mais difícil no processo de trabalho, pois são estilos de linguagem que não se usa mais", comenta. Outras canções possuem estilo mais satírico, zombando do amor e da sociedade. "Mas o perigo está presente/ Na mureta ou no jardim/ Há quem queira sua pele/ Pra tapete ou tamborim".
Pode-se dizer que o músico é um trovador não só em sua paixão pelo estilo secular, mas pelo seu modo de vida. Sem morada fixa, ele perambula pelo Brasil passando temporadas nas casas de amigos e compondo canções, num estilo hippie.
Aliás, o pouco da música medieval que chegou aos nossos tempos está na obra de amigos e ídolos de Bach que tinham um estilo de pensamento parecido com o do baiano, como Elomar e o grupo Quinteto Armorial, que nas décadas de 70 e 80 foi apadrinhado pelo escritor Adriano Suassuna.
Às vezes ele até consegue uma apresentação pelos locais em que passa. "As coisas estão ficando difíceis. Hoje as portas estão se fechando para os músicos que têm um trabalho de qualidade. E isso é algo que sinto em todo o Brasil, só se interessam pela música mais comercial e rasa", critica.
O trabalho foi lançado pela gravadora nordestina For All e pode ser encomendado pelo telefone (55) 9918-9350 ou (77) 3424-3437. Em Americana o álbum está à venda no sebo Sapiente, que fica na Rua Joaquim Luiz de Mattos, 20, Centro.
CHUVA EM AÇOITE
Vivo nessa solidão
Que bebe a dor
E cai em gotas pelo chão
Indo molhar a flor do sertão
Sou Cora Coralina,agora
E sou assim Geraldo Vandré
Na Martins fontes
Olhando a noite
Que nunca tem fim
Sou velho Raul Seixas,
Sou Butantã que traz a manhã tão ébria e tão fria
Pra quem já sofreu demais
E não pôde amassar
O seu pão nos quintais onde viveu
Vivo perseguindo um sonho
Que me faz navegante
Errante qualquer
Fitando as nuvens
Que tomam a forma de uma mulher
Sou mestre Elomar na Gameleira
Antonio das Mortes
Cipó de Arueira Cheiro de Curral
Sou Glauber filmando o próprio funeral
Sou pobre João do Vale Sou Zé Do Norte
Que a negra sorte arrastou
Para o retiro Calando a poesia
De quem foi um dia Grande cantador
E assim também sonhou Com um outro Brasil
Vivo nessa estrada escura
Plantando distância, colhendo saudade
Coração abissal
Lendo Suassuna ouvindo Armorial
Sou Tinhorão em noites de lua cheia
Sou facho de fogo que Diana incendeia
Cantiga de boi Rafael Rabelo que tão jovem se foi
Mas sou Roberto Bach no fim da noite
Por entre castelos na chuva em açoite
Dona das lembranças
Que leva esperanças para os rios,para o mar
Mas no céu a estrela Dalva
Não deixa brilhar